Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões
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Obrigada pelo teu comentário. Eu acho que as rimas são importantes mas não fundamentais,
ResponderEliminarrepara que o grande poeta Eugénio de Andrade raramente as usava. E Manuel Alegre também lhes foge um bocado e é, na minha opinião, o melhor poeta português contemporâneo.
O mais importante é, na minha opinião, a métrica, para uma boa sonência, mas até essa pode ser contornada, tudo depende do talento e estilo de cada um.
A poesia é isso mesmo, um conjunto de estilos que resulta da junção de léxicos ao gosto de cada um, onde cada poeta é diferente dos demais e ao mesmo tempo todos são iguais...
Passei apenas para desejar uma santa Páscoa.
ResponderEliminarUm abraço